quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ambientes de Aprendizagem: reengenharia da sala de aula
Ângelo de Moura Guimarães
Reinildes Dias


O avanço e a disseminação das tecnologias de informação e comunicação vêm criando novas formas de convivência, novos textos, novas leituras, novas escritas e, novas maneiras de interagindo no espaço cibernético. É necessário integrar essa nova forma de pensar ao desenvolvimento de conhecimento e saberes do aluno, para proporcionar ao aluno um fazer educativo capaz de oferecer múltiplos caminhos e alternativas, criando ambientes de aprendizagem que tenham como suporte as tecnologias da informática e da comunicação.
O sistema educacional brasileiro vem sofrendo mudanças, porem a sala de aula continua anacrônica, as práticas pedagógicas ainda são tradicionais. O aluno aprende passivamente o que o professor ou o livro transmitem, sem questionar, interagir com os colegas, pensar, correr riscos, aceitar desafios, raciocinar resolver problemas, está prática pedagógica é uma acumulação de informações, sem uma direção formativa. Outro problema é o processo avaliativo, pois o aluno acaba sendo avaliado por ser capaz de fornecer a “resposta certa”, sem considerações relativas às causas dos erros cometidos, que poderiam ser vistos como ponto de partida para uma reconstrução do conhecimento no contexto da aprendizagem.
Uma educação comprometida com o desenvolvimento e a construção de conhecimentos não deve oferecer caminhos únicos, as ações educativas têm de ser redirecionadas para colocar o aluno como o centro da aprendizagem, levando em consideração seu papel ativo no ato de aprender e o alto nível de variedade em relação aos estilos de aprender, interesses e motivação de um grupo de alunos. A noção de aprendizagem deve ser pautada em três pilares básicos: o cognitivo, o afetivo e o social. O fazer educativo, entendido como mediação para a aprendizagem, exerce um papel preponderante no envolvimento do aluno nas ações de aprender. A tecnologia da informação e da comunicação é necessária para desenvolver um novo fazer educativo.
Estratégias de aprendizagem devem ser criadas, e referem-se às ações e procedimentos escolhidos, assumidos e controlados pelo indivíduo para resolver uma determinada situação-problema ou um certo desafio,envolvendo tomada de decisões com base no raciocínio, na afetividade e nas interações sociais, para atingir metas e objetivos específicos. Estratégias podem ainda ser definidas como os processos mentais (cognitivos e metacognitivos), afetivos (motivação, interesse, necessidade, etc.) e sociais (interação com o meio de conhecimento) ativados pelo aprendiz para facilitar a construção de saberes, de modo a tornar a aprendizagem mais eficiente, mais prazerosa, mais direcionada à resolução de um desafio, com um nível adequado de generalização ou transferência para outras situações.
Segundo os princípios do construtivismo (Piaget, 1976), o modelo sugerido por Guimarães (1998) coloca a ação como sendo o cerne no processo de aprendizagem. Para esse autor, o conceito de ação é alguma atividade física (ação)/ inteligência cinestésica, mas também como atividade mental (imaginação )/inteligência cognitiva: lógica e lingüística, abrange ainda o envolvimento afetivo, inteligência interpessoal, bem como as relações sociais, socialização inteligência intrapessoal. O modelo para,o desenvolvimento, a criação e a avaliação de ambientes de aprendizagem, deve fazer uso de uma das heurísticas sugeridas ou de uma combinação delas, com mediação de tecnologias da informação e da comunicação. O aluno constrói saberes na interação com os colegas e com o meio do conhecimento, portanto a interação dos conhecimentos e saberes de diversas áreas é a marca de ambientes de aprendizagem. Na integração multidisciplinar, as fronteiras implícitas ou explicitas entre as disciplinas são minimizadas pela utilização, integração e exploração de informação, conceitos e habilidades, numa variedade de contextos diferentes. O modelo proposto procura incentivar o desenvolvimento de um fazer educativo com um grau mais elevado de variedade e que atenta à diversidade presente na sala de aula em relação a estratégias e estilos de aprendizagem, ao grau de motivação e de interesse dos alunos, além do nível diferenciado de conhecimento prévio e vivências.

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